30 de dezembro de 2005

12 desejos.

- Sim, pois é.. está a acabar. Se foi bom? Sim, foi bom. Sim, foi mau. Momentos bons. Momentos maus. Todos bonitos. Todos imprescindíveis.. e eu gostei. Mais um! Cada vez passam mais rápido. Até tenho medo. Tenho medo, mas continuo a ter desejos! Doze passas. Doze badaladas. Doze meses. Doze desejos. (Não podem ser mais, não é verdade? Ainda mal..) E assim tudo recomeça.
Recomeço, portanto. E quero:

1.
Sair de lá.

2. Ir a um concerto deles.
3. Vê-la muitas vezes.
4. Ter outra noite assim.
5. Conseguir a paciência necessária para começar a separá-lo.
6. Muito topping de morango.
7. Mergulhar com eles e dar muitos mortais.
8. Escrever uma canção bonita.
9. Tocá-la e cantá-la até ao fim.
10. Surpreender-me, qualquer dia, ao ver-te 16 vezes comentado.
11. Sonhos quentinhos ..
12. .. que se realizem!



Que sejam bonitos por aí! E que se realizem, também.


24 de dezembro de 2005

Natal, natal.. tanto natal!

Está cada vez pior. O natal está, sem dúvidas, cada vez pior. Terrivelmente falso, comercial e sem significado. Tanta gente insiste em gastar mais dinheiro do que o que tem, só para entrar no chamado espírito natalício, e comprar presentes a torto e a direito, esperando, claro, algo em troca. Olha.. odeio! Odeio ter que comprar presentes só porque é natal. Odeio ter que passar horas enfiada na baralhação que é o Almada Forum nesta altura. Odeio andar, andar e não encontrar algo a que possa chamar útil. Não suporto a ideia de comprar uma qualquer bugiganga (coisas inúteis, diga-se), só porque é bonito oferecer qualquer coisinha. Ai.. Até parece que só posso comprar um leitor de mp3 no natal. Até parece que só posso comprar um par de calças novas no natal. Bem podia eu andar toda rota o ano inteiro... Sim, eu sei que todos gostam de desembrulhar presentes e de, à sucapa, ir espreitando os presentes que vão chegando à árvore. Eu também gosto. Mas é falso. É algo, digamos que... forçado. Compro, porque tenho que comprar. Recebo, porque tenho que receber. Não é espontâneo. Gosto do espontâneo. Gosto de, calmamente, passear pelas ruas, ver as montras, reparar em algo, dizer: 'Olha, tem mesmo a tua cara!', entrar, comprar e oferecer. Gosto disso. Não gosto do natal.

Mãe, o que queres para o natal?
Um beijinho, filha. Um beijinho está bom. Muito bom.
(...)

Isto sim, é bonito! Um beijinho!



Um beijinho, então!

(...)


Ah.. e bom.. ahm.. natal, isso.




18 de dezembro de 2005

Hoje é assim

Olha, não sei! Não sei o que escrever. Aliás, nem sequer sei escrever. Bah, queria ser como tu. Tu que escreves, e escreves, e voltas a escrever, sem nunca te cansares. Também queria ser assim. Poderei eu ser assim? Cada um é como é. Tu és assim. Eu não sou assim. Sou a modos que.. 'assado'.

Gostava de ir ao circo, ainda este ano. O circo encanta-me. Sempre me encantou. O circo é o meu sonho, aquele sonho (!)- o sonho impossível. Lá tudo é.. tão pouco real- os palhaços, os malabaristas, os animais, os meninos e as meninas dos baloiços lá no cimo, os acrobatas, e tudo, e tudo, e.. tudo! Ser pouco real é bom, sabes? O real assusta-me; mete-me medo, a realidade. Nunca soube bem porquê. Sempre gostei mais dos mundos inventados, dos mundos idealizados, dos mundos sonhados. E o circo é um desses mundos.
Quando era pequena, ía, todos os anos, visitar o meu mundo sonhado predilecto. E ficava feliz. Todos os anos, sem excepção, ficava feliz. Cheguei a ter medo dos palhaços, confesso. De um palhaço em particular. Tinha medo do palhaço branco. Sempre que ele aparecia lá em baixo, sobre as riscas vermelhas e brancas- o meu circo sempre foi vermelho e branco- eu, com a minha total ingenuidade, saía da cadeira e agachava-me bem agachada aos pés do meu pai, chegando mesmo a assemelhar-me a uma bola daquelas bem redondas. Como se os pés dele me fossem proteger do palhaço branco. Nessa altura ainda não destinguia bem o real do irreal. Não que agora os destinga na perfeição. Mas já sei que os palhaços fazem parte do mundo sonhado. Já sei que os palhaços são pouco reais. E já não tenho, portanto, medo dos palhaços. Também.. já não sou pequena. E isso, que graça tem?
Oh!.. Gostava de lá voltar. Este ano, ainda.




Sabes, escrevi-te todinho a ouvir Coldplay.
Obrigada Patrícia!*

5 de dezembro de 2005

Flores do campo

Enrolada no cobertor penso em ti. Não é meu pensar em ti. Não é meu dizer que penso em ti. Mas hoje digo. Mas hoje penso. E digo-o e penso-o porque te quero, porque sinto a tua falta. Queria-te aqui comigo, enrolados os dois no cobertor, no meio de festinhas e de beijiinhos na barriga. Até já sinto o teu cheiro a tocar a minha pele sensível. Até já sinto o teu toque a perfumar o ar que respiro. Até já sinto a tua voz a encher-me a vista. Até já sinto o teu olhar a prefurar-me os ouvidos. Até já sinto...
Somam-se-me dias e tudo é tão pouco. Tão pouco.



Porque há que deixar que o inconsciente se manifeste.
Porque quero.
Porque posso.


3 de dezembro de 2005

[Splash.]

Um novo hóspede chegou! Não avisou, é certo!, mas a sua chegada-surpresa fez-me estranha e estupidamente bem.
- Bem-vindo!- disse-lhe, ainda estupefacta.
- Olá!- respondeu ainda envergonhado.
- Chegaste cedo!
- Uhm...- suspirou, entretanto, com o seu ar de criança tímida, muito tímida, prestes a rebentar.- Estava farto de esperar. Farto de esperar. Farto. Farto. Arto. Rto. To. O. Cheguei agora, e.. ?
- E pronto, qualquer coisa em mim mudou. O quê? O que foi não sei, mas que foi uma sensação daquelas, lá isso foi! Daquelas! DAQUELAS, PORRA! Não sabes? Daquelas que ao engolir, se sentem a descer pelo esófago e quando chegadas ao estômago até fazem splash splash!

Foi bonito. E que bem que entendo a falta de capacidade de espera do meu hóspede. Afinal sou igual a ele. Também desejo impossivelmente o possível.

O que desejo neste momento? Que possas cá sempre habitar, meu ainda frouxo hóspede!




[Cover me, hug me under your umbrella]