18 de agosto de 2006

E desta?

Desta mais intenso ainda.
E arrepios.
E lágrimas.
Como?
Je ne sais pas..!



E era ver toda aquela gente fina a dançar.

Ouvindo: The vicious five- Suicide Club

16 de agosto de 2006

Filarmónica Gil

Muito para lá do esperado. Só quem já teve oportunidade de os ver ao vivo, compreende realmente o que eu quis dizer. A música já só por si, para os verdadeiros apreciadores de música portuguesa, é mais- que- ouvível. Então ao vivo.. O par maravilha João Gil- Nuno Norte completam-se em palco de uma forma tão fascinante, que descreve-la seria ofensivo. E que presença em palco surpreendente, a de Nuno Norte. Qual Brian Molko, qual Matt Bellamy, atrevo-me a dizer até,- sem conhecimento, é verdade; unicamente culpa minha, verdade o é- qual Maynard Keenan! Surpreendentemente espontâneo, o menino! Está é em Portugal, mas isso.. isso já é outra história.
E.. ?

Outra paixão! Esta tão mais simples, mas tão mais bela.

De novo! De novo! Casino Estoril, dia 17 de Agosto, Quinta-feira!


O simples é o mais bonito. O simples e o espontâneo. Pena que não saibas disso.

Muito acima de tudo. É isso? Filhos da mãe...! =) *





8 de agosto de 2006

Ía eu.

Ía eu para casa da avó, fazer-lhe o almoço. Um pouco atrasada, é verdade. Mas que queres? Entretenho-me sempre um bocadinho lá nos baloiços do pátio, às gargalhadas com a Matilde. Depois, chego a casa da avó a transbordar de ideias para novas receitas; a pensar em novas formas de dobrar os guardanapos. Mas é sempre a mesma coisa. Sempre a mesma coisa. Sempre. A avó nunca tem fome. Nunca tem interesse em saber das minhas ideias, completamente- não- pensáveis. Não liga às minhas tentativas frustradas de novos sabores de batidos, não liga às novas formas de enfeitar os bolos de chocolate. Mete uns grãos de arroz à boca, bebe um golo de água e diz não ter mais fome. Depois disto, a que chama almoço, descalça as pantufas já gastas pelo tempo e enfia-se nos lençóis. Mas não dorme. Observa a rua lá fora: as folhas da árvore grande, que dançam ao som do vento; os meninos lá longe, que jogam à macaca; os velhinhos, que caiem na triste solidão da idade. Observa o que vai para lá da janela como se observasse um filme na televisão da sala. E é sempre assim.
Ía eu para casa da avó, fazer-lhe o almoço. Um pouco atrasada, é verdade. Ía de mochila a-tira-colo e de casaco atado à cintura, como agora se usa, quando oiço: 'hei! menina!'. Olho para trás desconfiada, estranhando que me estivessem a chamar. Mas estavam. Era uma bonita menina que segurava o meu casaco. Caíu, e eu não dei conta. Sou assim, meio distraída.. Agradeci-lhe e ela continuou o seu caminho. Era bonita. Muito. Mas tinha medo. Vi-o nos seus olhos. Talvez fosse por não ter ideias para o almoço da avó. Talvez fosse do que podia acontecer a avó. Ou talvez fosse apenas do mundo, esta coisa incerta, que ninguém percebe.


E saudades. *



Ouvindo: Muse- Sing for absolution.


5 de agosto de 2006

'Bora ?

'(...)
-O que é nómada?- interrompe alguém.
-Gente como nós- responde ela, orgulhosa por saber o significado da palavra.- Gente livre, que consegue viver apenas com o que consegue levar consigo.
Eu corrijo:
-Não é exactamente assim. Não são pobres.
- O que sabe de pobreza?- É de novo o homem alto, agressivo, e desta vez com mais vodca a correr no seu sangue, que me olha directamente nos olhos.- Acha que pobreza é não ter dinheiro? Acha que somos miseráveis, só porque pedimos esmolas a pessoas como escritores ricos, casais que se sentem culpados, turistas que acham Paris uma cidade suja, jovens idealistas que pensam que podem salvar o mundo? Você é pobre- não controla o seu tempo, não tem direito a fazer o que quer, é obrigado a seguir regras que não inventou e que não compreende.
- Quem são vocês? Que tipo de vida é esta que escolheram? Têm saúde, podem trabalhar, mas preferem ficar sem fazer nada!
- Somos gente que escolheu ficar de fora, entende? De fora desse mundo que está a cair aos bocados, dessa gente que vive com medo de perder alguma coisa, dessas pessoas que passam pela rua como se estivesse tudo bem, quando está tudo mal, muito mal! Você também não mendiga? Não pede uma esmola ao seu patrão, ao proprietário do seu imóvel?
(...)
- O que ainda está aqui é esta fita. Fomos nós que a pusemos. Se reparar, não existe nenhuma obra, não existe nada, apenas uma estúpida coisa de plástico branco e vermelho, interrompendo a passagem numa estúpida calçada. Mas ninguém pergunta o que é que ela está ali a fazer: descem todos do passeio, andam pela estrada arriscando-se a ser atropelados, e voltam a subir mais à frente.'

Paulo Coelho in O Zahir


E porque não, pessoal? 'Bora ficar de fora deste mundo?




Ouvindo: Stardust- Music sounds better with you.