16 de novembro de 2006

Ela.

Tão bonita. Quero ser assim. Hei-de ser. Sim? Cabelo curto, despenteado. Mala a-tira-colo. Sorriso na cara. Música gira. Uma Matilde. Ai. Coragem. Eu quero ser assim. E quero fazer isto. Está decidido. Bolinhas laranjas, debaixo do pé.

Para sempre.
[Ou não?]




2 de novembro de 2006

Imaginary A.

Sinto-me distante de tudo. E de todos. Como se vivesse num mundo à parte, com um céu só meu. Como se ninguém me conhecesse. Apenas me imaginasse. Tal e qual como as fadas. Ninguém as conhece. Todos as imaginam. E é assim que me sinto. Imaginada. Vou esperar. Esperar por um qualquer dia. Dia esse em que todos as fadas serão mais que simples imaginação. Dia esse em que todos os sonhos serão mais que meros pensamentos coloridos. Dia esse em que serei mais que tudo isto, e que isto tudo, também. Mais que uma imaginação, tal e qual como as fadas.
Vou esperar.




Ouvindo:
The cure- Strange attraction.


31 de outubro de 2006

Muse em Portugal

Um grande espectáculo.
Minhas expectativas quase impossíveis de superar.

Plavras não há mais.




Ouvindo:
Zero7- Today.


21 de outubro de 2006

Mi Confesion.

oh. oh. oh.
isto é tudo tão..
tão..
tão..
..monótono?

Ouvindo: suspiros dentro de mim.


1 de outubro de 2006

Dois em um.

Na passada Sexta fui até ao Maria Matos para, por momentos, sair da minha frágil realidade e navegar pela história fantástica que nos traz a peça 'The Pillowman', ( e também para matar saudades dele, obviamente.. ).
Com representações fantásticas, cenários brutais, e histórias que nos fazem vacilar entre o certo e o errado, o riso e o choro, a inocência e a maldade, 'The Pillowman' é uma peça que certamente não vai desiludir ninguém.
Com interpretação de Albano Jerónimo, Gonçalo Waddington, João Pedro Vaz e Marco D'Almeida e encenação de Tiago Guedes, 'The Pillowman' estará em cena até 15 de Outubro, e é com toda a certeza algo absolutamente imperdível.

Ver fotos e ler críticas aqui.

Depois, num ambiente menos formal, com entrada gratuíta, aproveitei e assisti também ao monólogo de Gonçalo Wanddigton intitulado 'Comida'. Belo jogo de palavras, a que não pude assistir com a atenção merecida, por culpa dos meus olhos, que teimavam em fechar-se.


'Era uma vez um porquinho verde florescente que era feliz por ser um bocadinho diferente...'
'O único dever de um contador de histórias é contar uma história.'





Ouvindo: Muse- Starlight


11 de setembro de 2006

Palavras.

Zaratustra respondeu: «Amo os homens.»
«Então porque é que - redarguiu o santo- me retirei para a floresta e para este deserto? Não foi também por amar demasiado os homens? Agora amo a Deus, não amo os homens. O homem é uma criatura demasiado imperfeita para o meu gosto. O amor pelo homem matar-me-ía.»
Zaratustra respondeu: «Quem está a falar de amor! Levo uma dádiva aos homens.»
«Nada lhes dês- obtemperou o santo-. Toma-lhes antes uma parte do fardo, que os ajudarás a carregar; nada lhes dará mais prazer; e possas, também tu, achar-te bem! E se lhes queres dar uma dádiva, que seja uma esmola, e ainda assim espera que ta peçam».
«Não-replicou Zaratustra-eu não dou esmolas. Não sou pobre bastante para isso.»
O santo pôs-se a rir de Zaratustra e falou assim: «Nesse caso procura que eles aceitem os teus tesouros. Eles desconfiam dos solitários e não conseguem acreditar que lhes vamos oferecer alguma coisa. O som dos nossos passos pelas ruas acorda um eco demasiado solitário. É por isso que à noite, nas suas camas, quando ouvem passar um homem, muito antes do nascer do sol, eles perguntam: 'Onde irá este ladrão?' Não vás para entre os homens, fica nas montanhas. É melhor ires fazer companhia aos animais. Porque não queres ser como eu- urso entre ursos, ave entre aves?»
«E o que faz o santo na floresta?»- perguntou Zaratustra.
O santo respondeu: «Faço canções e canto-as, e enquanto faço as minhas canções, rio, choro e murmuro, e é essa a minha maneia de louvar a Deus. Cantando, chorando, rindo e murmurando, louvo ao Deus que é meu Deus. Mas deixa ver: que dádiva nos trazes?»
Ao ouvir estas palavras, Zaratustra despediu-se do santo e disse-lhe: «Não me faltariam presentes para vos dar! Mas deixai-me ir embora depressa, com medo de vos tirar alguma coisa!» E assim se separaram um do outro, o ancião e o homem feito, rindo como duas crianças. Mas quando Zaratustra ficou só, falou assim ao seu coração: «Será possível? Este velho na sua floresta ainda não ouviu dizer que Deus morreu!».

Friedrich Nietzsche in Assim falava Zaratustra



Palavras mágicas. Recordações mais- que- bonitas. Um canto à vida. Um livro para todos e para ninguém, como cita o próprio filósofo.

E saudades? Mais que muitas.






5 de setembro de 2006

!

'Enquanto tu e eu
tivermos lábios ou vozes
que servem para beijar
e cantar
que importa
que um qualquer filho da mãe
invente um instrumento
que sirva para medir
a primavera. '

E. E. Cummings





Ouvindo:
Filarmónica Gil- O rapaz pendular.


18 de agosto de 2006

E desta?

Desta mais intenso ainda.
E arrepios.
E lágrimas.
Como?
Je ne sais pas..!



E era ver toda aquela gente fina a dançar.

Ouvindo: The vicious five- Suicide Club

16 de agosto de 2006

Filarmónica Gil

Muito para lá do esperado. Só quem já teve oportunidade de os ver ao vivo, compreende realmente o que eu quis dizer. A música já só por si, para os verdadeiros apreciadores de música portuguesa, é mais- que- ouvível. Então ao vivo.. O par maravilha João Gil- Nuno Norte completam-se em palco de uma forma tão fascinante, que descreve-la seria ofensivo. E que presença em palco surpreendente, a de Nuno Norte. Qual Brian Molko, qual Matt Bellamy, atrevo-me a dizer até,- sem conhecimento, é verdade; unicamente culpa minha, verdade o é- qual Maynard Keenan! Surpreendentemente espontâneo, o menino! Está é em Portugal, mas isso.. isso já é outra história.
E.. ?

Outra paixão! Esta tão mais simples, mas tão mais bela.

De novo! De novo! Casino Estoril, dia 17 de Agosto, Quinta-feira!


O simples é o mais bonito. O simples e o espontâneo. Pena que não saibas disso.

Muito acima de tudo. É isso? Filhos da mãe...! =) *





8 de agosto de 2006

Ía eu.

Ía eu para casa da avó, fazer-lhe o almoço. Um pouco atrasada, é verdade. Mas que queres? Entretenho-me sempre um bocadinho lá nos baloiços do pátio, às gargalhadas com a Matilde. Depois, chego a casa da avó a transbordar de ideias para novas receitas; a pensar em novas formas de dobrar os guardanapos. Mas é sempre a mesma coisa. Sempre a mesma coisa. Sempre. A avó nunca tem fome. Nunca tem interesse em saber das minhas ideias, completamente- não- pensáveis. Não liga às minhas tentativas frustradas de novos sabores de batidos, não liga às novas formas de enfeitar os bolos de chocolate. Mete uns grãos de arroz à boca, bebe um golo de água e diz não ter mais fome. Depois disto, a que chama almoço, descalça as pantufas já gastas pelo tempo e enfia-se nos lençóis. Mas não dorme. Observa a rua lá fora: as folhas da árvore grande, que dançam ao som do vento; os meninos lá longe, que jogam à macaca; os velhinhos, que caiem na triste solidão da idade. Observa o que vai para lá da janela como se observasse um filme na televisão da sala. E é sempre assim.
Ía eu para casa da avó, fazer-lhe o almoço. Um pouco atrasada, é verdade. Ía de mochila a-tira-colo e de casaco atado à cintura, como agora se usa, quando oiço: 'hei! menina!'. Olho para trás desconfiada, estranhando que me estivessem a chamar. Mas estavam. Era uma bonita menina que segurava o meu casaco. Caíu, e eu não dei conta. Sou assim, meio distraída.. Agradeci-lhe e ela continuou o seu caminho. Era bonita. Muito. Mas tinha medo. Vi-o nos seus olhos. Talvez fosse por não ter ideias para o almoço da avó. Talvez fosse do que podia acontecer a avó. Ou talvez fosse apenas do mundo, esta coisa incerta, que ninguém percebe.


E saudades. *



Ouvindo: Muse- Sing for absolution.


5 de agosto de 2006

'Bora ?

'(...)
-O que é nómada?- interrompe alguém.
-Gente como nós- responde ela, orgulhosa por saber o significado da palavra.- Gente livre, que consegue viver apenas com o que consegue levar consigo.
Eu corrijo:
-Não é exactamente assim. Não são pobres.
- O que sabe de pobreza?- É de novo o homem alto, agressivo, e desta vez com mais vodca a correr no seu sangue, que me olha directamente nos olhos.- Acha que pobreza é não ter dinheiro? Acha que somos miseráveis, só porque pedimos esmolas a pessoas como escritores ricos, casais que se sentem culpados, turistas que acham Paris uma cidade suja, jovens idealistas que pensam que podem salvar o mundo? Você é pobre- não controla o seu tempo, não tem direito a fazer o que quer, é obrigado a seguir regras que não inventou e que não compreende.
- Quem são vocês? Que tipo de vida é esta que escolheram? Têm saúde, podem trabalhar, mas preferem ficar sem fazer nada!
- Somos gente que escolheu ficar de fora, entende? De fora desse mundo que está a cair aos bocados, dessa gente que vive com medo de perder alguma coisa, dessas pessoas que passam pela rua como se estivesse tudo bem, quando está tudo mal, muito mal! Você também não mendiga? Não pede uma esmola ao seu patrão, ao proprietário do seu imóvel?
(...)
- O que ainda está aqui é esta fita. Fomos nós que a pusemos. Se reparar, não existe nenhuma obra, não existe nada, apenas uma estúpida coisa de plástico branco e vermelho, interrompendo a passagem numa estúpida calçada. Mas ninguém pergunta o que é que ela está ali a fazer: descem todos do passeio, andam pela estrada arriscando-se a ser atropelados, e voltam a subir mais à frente.'

Paulo Coelho in O Zahir


E porque não, pessoal? 'Bora ficar de fora deste mundo?




Ouvindo: Stardust- Music sounds better with you.


25 de julho de 2006

Uma questão de cabelo.

Não consigo entender porque é que as cabeleireiras insistem em secar e pentear os cabelos depois de os cortarem. Será que não sabem que mal chegamos a casa vamos directos para a banheira? Uma pessoa já fica traumatizada só pelo simples facto de cortar o cabelo, mas elas, como se não chegasse o ficar traumatizado, têm a simpatia de nos fazer o penteado-mais-feio-do-mundo, para passarmos de traumatizados a mais-que-traumatizados. Dinheirinho, é o que querem!

Talvez seja só azar meu.

Ouvindo: Pj Harvey- Hair. (olha que coicidência! :o)


21 de julho de 2006

Deixem-nos!

Os meus olhos só pensam em fechar-se.
Só estão bem fechados, vendo o que querem ver, não o que os obrigam a ver.
Imaginam tudo à maneira deles.
E assim sobrevivem.
E assim sorriem.
E assim choram de tantas gargalhadas.
E assim choram até que a gota sobrante se esgote.
E depois têm sede.
E são obrigados a abrirem-se, para se saciarem.
Só desta forma vão poder chorar de tantas gargalhadas novamente.
Malditos olhos, que não são capazes de se saciarem daquilo que querem ver.
Maldito mundo que os impede de imprescindirem do que os obriga a ver.
Oh. Malditos.
Deixem os meus olhos!
Deixem-nos!
Deixem-nos ver o que querem.




Ouvindo: The smashing pumpkins- Disarm.


10 de julho de 2006

Dois!

Sim. Dois anos. Hoje fazes dois anos.
Como voa o tempo. Como voa.
Muitos parabéns, noites que passam! *




Ouvindo: MAU- Prick (I am)


3 de julho de 2006

Egocêntrico

Mais vale nunca ter nada.
Mais vale isso.
Mais vale nunca ter nada, para nunca pensar em ter tudo.
Mais vale isso.
Ter tudo.
Tu nem nisso pensas.
Egocêntrico.



Ouvindo: Placebo- Protect me from what I want.

28 de maio de 2006

Mas que praga.

Digam-me: o que são estas larvas pretas, feitas mosquitos, que teimam em aterrar no pessoal?
Não sabes do que estou a falar? Impossível!
Elas estão em todo o lado. Até nos óculos aterram! Ficam escarrapachadas nas lentes dos meus óculos. Tenho que andar sempre a tirar os óculos para as limpar.
Que raio! Este calor aliado a estas larvas tiram a vontade a qualquer pessoa de sair de casa.
Bah.
Bolas para as larvas pretas!


Ouvindo:
Placebo- Allergic.

Algo que mereça(m)

Há um dia estava A. a ouvi- lo(s) e vê-lo(s). Parecia uma maluca, parecia mesmo que tinha acabado de ingerir cinco aspirinas com duas latas de coca-cola. Estava, literalmente, 'noutra'. Mas comecemos pelo inicio, que é daí que o chamado pessoal normal começa.
A. ía vê-lo(s) finalmente. Estava eufórica, mas ao mesmo tempo um pouco receosa, com medo de ficar desiludida. Depois de uma viagem aproximadamente de duas horas, depois de mais de meia hora a caminhar sem certeza, depois de mais de um milhão de larvas pretas, a que chamam mosquitos, terem aterrado nos braços, nos óculos e nas bolas verdes de A., ela avistou finalmente a tão desejada entrada. Perguntou-se, então, se ele(s) merecia(m) tudo isto. Sim, esperava que sim. Entrou, com a tampa da pequena garrafa 'escondida' no bolso, deu uma voltinha e sentou-se à frente de onde tudo iria acontecer. Esperou uma hora.
Começou o primeiro. A. era a pessoa mais rabugenta que ali se encontrava. Começou outro (este foi melhor). A. foi sempre furando, na esperança de conseguir chegar o mais perto possível. Começou outro. Este A. não aguentou. Tudo caía sobre ela. Estava quase sem conseguir respirar e com os tornozelos a transbordar de negras. Olhou o relógio. Tinham passado 15 minutos. Mais 50 minutos assim? Por ele(s)? Aqui falhou. Não aguentou e afastou-se. Será que não percebem que não é bom para ninguém? Bolas. Cambada de idiotas. Passou os piores 50 minutos 'da vida dela' na incerteza de o(s) conseguir ver. Quase chorou. Estava demasiado triste para quem estava a menos de uma hora de o(s) ver.
Finalmente acabou aquele e ela correu o mais rápido que conseguiu até chegar à grade. E foi capaz! Conseguiu ficar na parte alta. Sim, desta vez era ao contrário. Primeiro o alto, depois o baixo. Deveras inteligente. Estava tão nervosa, a A.. Queriam passá-la, mas ela refutou: ' Eu gosto mesmo muito! Tenho que ficar aqui!' Até fez amigos. A. estava mais chegada para o lado direito. Para seu azar ele ficou exactamente na pontinha oposta à dela. Mas via-o bem. Entraram. Gritos e palmas. Muitos. Houve uma mutação. Como dizem por ai, ele(s) têm o dom de conseguir tocar nos pontos mais frágeis e obscuros de cada um ( que são, na realidade, os que mais predominam em nós, mesmo que inconscientemente.). E A. deu provas que merecia aquele lugar. ' Fodasse, ela gosta mesmo disto!Ela é mesmo fã!' Oh, se gosta. Oh, se é. Ninguém sabe quanto. Oh, ele estava ali.. tão perto e A. sem poder fazer nada. Que vontade teve de saltar a grade. Que vontade! Uma hora passou e lá se foram. Gritos, muitos gritos. E voltaram, para a legria de A. Mais duas. A. nunca tinha estado assim, nunca tinha gritado assim. Foram-se pela segunda vez. Desta, nem os gritos os fizeram voltar.
A. saíu do meio da confusão. Não conseguia andar. As pernas fraquejavam de tal forma, que teve a sensação que ía cair, durante algum tempo. Era como se estivesse a (re) aprender a andar. Oh.
A. arrependeu-se de duas coisinhas: de não ter tentado um lugar mais ao centro e de não ter esperado pelo último, já que tem ouvido dizer que foi um dos concertos do ano. Bah. Mas o que importa é tê-lo(s) visto.
Valeu a pena este dia tão comprido, por esta hora tão curta? Sim, valeu. Agora A. só quer um concerto verdadeiro. Só deles. Sem pessoas parvas e sem esperas a estragá-lo. Só isso. Mais nada.
Agora não vai conseguir parar. Nunca.
Lindo!^^





Ouvindo: Placebo- Infra-red.

27 de maio de 2006

Desculpem lá..

.. mas uma pessoa tem direito a se expressar.


BRIANNNN, BRIANNNN, BRIANNNN, BRIANNN !!!!!!!!

Volta, por favorrrrr!!!!!


Mais.. cada vez mais.
Lindo, lindo, lindo, lindo, lindo, lindo. *



Ouvindo:
Placebo- Special needs.

9 de maio de 2006

Gosto!

Pois foi. Hoje até partilhámos chocolates.
E foi bom. E eu gostei. E gosto.
Gosto de ti, pai. *


28 de abril de 2006

Sim, é meu!



Pois é.. falta menos de um mês! =)

Ouvindo: mega fm

14 de abril de 2006

Pois sim.

'No fundo o que é um maluco? É qualquer coisa de diferente, um marginal, uma pessoa que não produz imediatamente. Há muitas formas da sociedade lidar com estes marginais. Ou é engoli-los, transformá-los em artistas, em profetas, em arautos de uma nova civilização, ou então vomitá-los em hospitais psiquiatricos.'

E nós o que somos? Nós somos todos uma cambada de malucos. Malucos artistas. Ou artistas malucos.
Sabe-se lá!



Ouvindo:
Zapatilhas- El canto del loco

9 de março de 2006

São grandes. São demasiado grandes!

Ah, ah.

Os Placebo lançam novo álbum na próxima Segunda-feira, dia 13 de Março!!
E vêm cá! Eles vêm cá!!!
O único desejo que não dependia de mim, está em vias de se realizar.
E agora..
... tudo depende de mim.

E..?

Já lá estou.

SBSR- 26 de Maio de 2006



cego, mudo, surdo.. genial!



Ouvindo:
Portishead- Biscuit

Nunca mais!

Quando ainda estava frio:

O dia ía correr mal. Eu sabia disso. Sempre soube. Saí. Dei de caras com o vizinho. Disse bom dia com o maior sorriso do mundo. Não fui correspondida. O vizinho, que até costuma ser simpático, resmongou um baixo ' Olá, Ana.' . A minha cabeça preparava-se para começar a insultá-lo, quando reparei que todo ele era preto. Sabes, o preto não devia existir. O preto é tão triste! Olhei para trás e assustei-me. Conhecia aquela situação e sabia que não era, de todo, nem um bocadinho agradável. Fiquei triste. Nem sequer pensei que o meu sorriso lhe podesse ter feito bem. Olhei para trás uma última vez: estava estático a olhar para as flores do nosso jardim. Segui em frente. Chorei. Não consegui limpar as gotas de lágrimas, que escorregavam lentamente pela minha face. Tinham congelado. O vento frio que corria apressado na direcção oposta à minha, corroia-me a pele. E congelou as minhas lágrimas. Não consegui limpá-las. E chorei o resto do dia sem parar. Não havia forma de parar. Quanto mais chorava, mais vontade tinha de chorar. Sorriam e eu chorava. Brincavam e eu chorava. Conversavam e eu chorava. Comiam e eu chorava. As lágrimas que não paravam de escorrer pela minha triste face, foram, naquele dia, o meu vício. E o vício não me largou durante todo o dia. De regresso a casa, reparei em algo brilhante caído no chão. Baixei-me, interessada. Era uma lágrima. Uma lágrima congelada. Sorriu-me e disse-me para não me preocupar. Disse-me, divertida, que conseguiu encerrar todas as minhas lágrimas dentro dela. Disse-me que nunca mais irei chorar. Disse-me ainda que vou, para sempre, fazer os maiores sorrisos do mundo. E os mais bonitos, também.
E eu acreditei, pois então!

(...)




E não é que foi mesmo verdade?
Nunca mais chorei, acreditas?


Ouvindo: The Gift- Cube


23 de fevereiro de 2006

Porque não?

Porque não.
Porque não?
Olha, olha...
Porque não havemos nós de fazer o que realmente queremos fazer? Nem uma vez na vida? Não gosto disso. Não entendo isso. Portanto, uma vez na vida que seja, vou contra tudo e contra todos. E vou fazer o que quero. E vou ser feliz. Oh se vou!

Deseja-me sorte!




30 de janeiro de 2006

Surpresa?

Fez frio. Fez muito frio. E nevou! Nevou um bocadinho por Portugal inteiro!


Sabes, vi flocos de neve a caírem pela minha janela ! =)

28 de janeiro de 2006

.haB

- Sabes, não quero estar aqui. Quero morrer.
- Então morre!
- Mata-me!

'Quase somos o que queremos!' ... Quase!


Ouvindo: Toranja- Só eu sei ver



22 de janeiro de 2006

Só isso !

Cheguei aqui à pouco tempo. Mesmo sem saber, este foi, desde sempre, o meu maior desejo. E não aconteceu o que eu sempre esperei que acontecesse. Quando se deseja muito uma coisa, e essa coisa logo acontece.. nunca se-lhe dá o devido valor. Parece que o facto de já a possuirmos lhe tira todo o significado e a beleza que sempre teve. Aqui nada disto aconteceu. Nem sabes como fugi do meu mundo. Olha.. Foi num daqueles dias bem cinzentos. Num daqueles dias em que estás constantemente a pensar que não devias ter saído da cama. Passei-me. Passei-me completamente. Passei-me com todas as minhas forças. Passei-me como nunca antes me tinha passado. Fui buscar a maior mala que tinha e para lá enfiei o maior número de roupa que consegui. Não foi como nos filmes! Eu ainda tive cabeça para tirar os cabides. Nos filmes não! Nos filmes esquecem-se sempre dos cabides. Nos filmes, sempre que a filha adolescente foge de casa; sempre que a mulher mal-tratada foge do marido; sempre que o namorado foge da namorada obececada, há a parte da discussão e depois a parte em que colocam, na maior mala que têm, uns trapinhos, a baloiçarem ainda nos cabides coloridos. E esquecem-se sempre da rupa interior. Eu não me esqueci. Mas também bati com a porta, ao sair. Ainda olhei para trás com medo que se tivesse desmontado. Mas não, não se desmontou. A primeira coisa que fiz quando aqui cheguei foi espirrar. Espirrei. E re- espirrei. Depois reparei na montanha mais alta e subi-a. Subi-a sem tropeçar uma única vez. Lá de cima consegui observar muitas mais montanhas, mas não eram iguais à que eu subi sem tropeçar. Aquelas pareciam algodão-doce ! Olho para baixo. De repente tenho o arco-íris a meus pés. Estava a chover lá em baixo. Em cima da montanha não choveu. Esbocei um grande sorriso. Afinal, não gosto de chuva! Olhei para o meu lado esquerdo. Fiquei parva. Ali, na montanha mais alta, o que eu menos esperava. Um lago. A água estava como eu nunca a tinha visto. Tão límpida, mas tão límpida.. Cinco peixes olhavam para mim. Tinham as minhas cores. Laranja. Azul. Verde. Amarelo. E Rosa. Também havia um Rosa. Imaginei-os nas paredes do meu quarto. Pareceu-me bem. Pareceu-me, realmente, muito bem.

Oiço um barulho estridente. Acordo sobressaltada. Olho para o meu lado esquerdo e vejo o livro de Química caído no chão. Olho em volta preocupada. Onde está o meu lago? Onde está a minha montanha?? Olho em volta, na esperança de conseguir encontrar os meus peixes coloridos. Olho. Procuro. Olho de novo. E volto a procurar... Branco: é a única cor que consigo captar. As paredes brancas do meu quarto e o livro de Química caído no lado esquerdo da minha cama. São as únicas coisas que consigo captar.


Só isso.. mais nada!

Qual dia cinzento? Nem da cama saí ..




Ouvindo: Placebo- Scared of girls


7 de janeiro de 2006

Quero...

'O divã junto à secretária deixa adivinhar o consultório de um psicólogo. Lá estão as garrafas de água pousadas sobre a mesa para aclarar a garganta que se alonga em palavras, a caixa de lenços para reconfortar os olhos que choram emoções mais fortes. E lá está ele - o psicólogo - sentado à secretária, transpirando serenidade e confiança, pronto para receber mais um paciente. Que entra, atormentado, e se vai desdobrando em confissões. De mágoa, incertezas e inquietação. Emoções que preenchem Luz na Cidade.'

quero muito...



(...)



... Vê-la !!!



(Irei eu viver na frustração eterna de ser, sem qualquer sombra de dúvidas, uma das maiores caramelas-sem-tempo-e-sem-dinheiro do mundo? Esperemos que não. Mesmo, mesmo!)


'São os porquês que nos alimentam.'




Ouvindo:
Toranja- Confiar.