22 de janeiro de 2006

Só isso !

Cheguei aqui à pouco tempo. Mesmo sem saber, este foi, desde sempre, o meu maior desejo. E não aconteceu o que eu sempre esperei que acontecesse. Quando se deseja muito uma coisa, e essa coisa logo acontece.. nunca se-lhe dá o devido valor. Parece que o facto de já a possuirmos lhe tira todo o significado e a beleza que sempre teve. Aqui nada disto aconteceu. Nem sabes como fugi do meu mundo. Olha.. Foi num daqueles dias bem cinzentos. Num daqueles dias em que estás constantemente a pensar que não devias ter saído da cama. Passei-me. Passei-me completamente. Passei-me com todas as minhas forças. Passei-me como nunca antes me tinha passado. Fui buscar a maior mala que tinha e para lá enfiei o maior número de roupa que consegui. Não foi como nos filmes! Eu ainda tive cabeça para tirar os cabides. Nos filmes não! Nos filmes esquecem-se sempre dos cabides. Nos filmes, sempre que a filha adolescente foge de casa; sempre que a mulher mal-tratada foge do marido; sempre que o namorado foge da namorada obececada, há a parte da discussão e depois a parte em que colocam, na maior mala que têm, uns trapinhos, a baloiçarem ainda nos cabides coloridos. E esquecem-se sempre da rupa interior. Eu não me esqueci. Mas também bati com a porta, ao sair. Ainda olhei para trás com medo que se tivesse desmontado. Mas não, não se desmontou. A primeira coisa que fiz quando aqui cheguei foi espirrar. Espirrei. E re- espirrei. Depois reparei na montanha mais alta e subi-a. Subi-a sem tropeçar uma única vez. Lá de cima consegui observar muitas mais montanhas, mas não eram iguais à que eu subi sem tropeçar. Aquelas pareciam algodão-doce ! Olho para baixo. De repente tenho o arco-íris a meus pés. Estava a chover lá em baixo. Em cima da montanha não choveu. Esbocei um grande sorriso. Afinal, não gosto de chuva! Olhei para o meu lado esquerdo. Fiquei parva. Ali, na montanha mais alta, o que eu menos esperava. Um lago. A água estava como eu nunca a tinha visto. Tão límpida, mas tão límpida.. Cinco peixes olhavam para mim. Tinham as minhas cores. Laranja. Azul. Verde. Amarelo. E Rosa. Também havia um Rosa. Imaginei-os nas paredes do meu quarto. Pareceu-me bem. Pareceu-me, realmente, muito bem.

Oiço um barulho estridente. Acordo sobressaltada. Olho para o meu lado esquerdo e vejo o livro de Química caído no chão. Olho em volta preocupada. Onde está o meu lago? Onde está a minha montanha?? Olho em volta, na esperança de conseguir encontrar os meus peixes coloridos. Olho. Procuro. Olho de novo. E volto a procurar... Branco: é a única cor que consigo captar. As paredes brancas do meu quarto e o livro de Química caído no lado esquerdo da minha cama. São as únicas coisas que consigo captar.


Só isso.. mais nada!

Qual dia cinzento? Nem da cama saí ..




Ouvindo: Placebo- Scared of girls


3 comentários:

Marta disse...

Tentei imaginar-te a fazer tudo isso, mas não consegui. Não consigo. Acho que a tua beleza não te deixa ser assim. Ainda bem...

Super Mulher

Anónimo disse...

É por isso que deixei de sonhar, deixei de gostar de sonhar. É tão triste acordar e ver que tudo aquilo é "branco". Hoje o dia está cinzento, e eu estou num teste de TIC. Bem o stor deixou sair. Até logo. Gosto-te, gosto das cores, gosto de tanta coisa... ai...mas que estupido, ainda continuo a sonhar!

Pedro

Anónimo disse...

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